sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CASO PALOCCI II - IMORALIDADE

Blog do Reinaldo Azevedo
Francenildo sou eu!
sexta-feira, 28 de agosto de 2009 4:55


Lembro aqui o que escrevi em Primeira Leitura quando a farsa contra Francenildo ficou evidenciada: de todos os crimes cometidos pelos petistas, aquele era o pior e o maior. E segue sendo ainda hoje. A razão é simples: ele revelou que a máquina partidária não tem o menor receio em avançar sobre direitos individuais, garantidos pela Constituição.

O mensalão foi um caso grave. Antes, o tal Waldomiro Diniz já evidenciava que uma máquina paralela à oficial estava operando? O dossiê dos aloprados também demonstrou a disposição para o crime.

Todos esses casos foram grotescos, lastimáveis. Mas, de algum modo, situavam-se numa arena em que se digladiam profissionais da política. Todos esses eventos se caracterizaram pelo rompimento de regras, pactos e códigos compartilhados entre iguais — não iguais na moral, mas na profissão: foram todos crimes ligados à esfera político- eleitoral. Mas não Francenildo!

E, aqui, importa pouco o fato de ser caseiro. Fosse um milionário na mesma circunstância, a coisa continuaria muito grave. Os poderosos da política, buscando se safar, investiram contra UM INDIVÍDUO. Isso, como ressaltou o ministro Celso de Mello, é “muito grave”. De novo: “É muito grave”. Significa pisotear em qualquer noção de segurança jurídica. Observem.

Zé Dirceu comandou uma maquina de crimes, como quer a Procuradoria, em acusação aceita pelo STF? Pois é… Isso nos atinge indiretamente, claro, mas não nos expõe imediatamente à insegurança. Homens fortes de Lula e Mercadante foram pegos no caso do dossiê dos aloprados. É ruim? É. Mas não deixa de ser uma coisa “entre eles”.

Francenildo? Ora, Francenildo somos nós! Não se trata mais de uma troca de balas entre pares. Se podem dispor do sigilo dele como bem entenderem, podem fazer o mesmo com o de qualquer outra pessoa, incluindo você, eu e os ministros do Supremo.

E isso é coisa de regime policial, não de uma democracia de direito.

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