quarta-feira, 8 de julho de 2009

POLÍTICA INTERNACIONAL: Honduras, uma atitude corajosa


Por Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Gen Bgd. RIEB
Grupo TERNUMA - BSB

“A mídia nacional abriu manchetes sobre o “Golpe” em Honduras. Mais um terrível e asqueroso “Golpe Militar”. A imagem de militares se movimentando pelas ruas de Tegucigalpa, punha em evidência mais uma “quartelada”. Os pobres e indefesos civis prejulgaram a ação. Após os gritantes e escandalosos destaques midiáticos, fora feita a cabeça da massa popular, que atendendo aos objetivos da mensagem, repudiou o golpe dos “gorilas” hondurenhos.

Entrevistados velhos conhecidos, escolhidos a dedo, não faltaram referências às atrocidades e às repulsas e reverberações de repúdio à Contra–Revolução de 31 de Março de 1964. O fato caiu no colo da esquerdalha nacional, que se lambuzou de alegria. E haja falação. Era um prato cheio para tergiversações.

Aos poucos, dissipou-se a névoa da desinformação. Lentamente, em doses homeopáticas e com chamadas de rodapé, transpiraram notícias preocupantes. Não foram os militares. Ao surgirem as verdadeiras circunstâncias que precipitaram o evento, a lavagem cerebral já estava feita e seus efeitos foram patentes.

Ah, sim, os militares não deram um golpe? Cumpriam uma ordem constitucional? Não assumiram o “novo governo”? Decepção.

Segundo esclarecimentos posteriores, as forças vivas da nação hondurenha, representadas por uma oposição legal ao “governicho” de Manuel Zelaya, indignada como suas claras intenções de perpetuar-se à testa da Nação, a qualquer custo (seguindo exitoso modelito adotado pelos mandatários de esquerda da America Latina), resolveu, amparada em dispositivos legais, dar um fim aos rompantes do “cumpanheiro”.

O presidente de Honduras pretendia, através de um referendo, promover a convocação de uma Assembléia Constituinte, com a clara intenção de aprovar uma nova constituição que lhe permitiria a reeleição. O aspirante a tiranete, apesar das reações ao seu projeto de poder, mesmo sem o apoio do Congresso, de outras instituições do Estado (Tribunal Eleitoral, o Ministério Público e a Suprema Corte de Justiça) e, contrariando decisões judiciais que desautorizavam a consulta, decidiu, ao arrepio da lei, pela realização do referendo.

Diante das restrições legais, o Chefe do Estado Maior, Romeo Vásquez, se recusou a distribuir o material eleitoral para o referendo. Foi destituído por Zelaya. A perigosa política nacional engendrada por Zelaya, identificada com o “socialismo do século 21”, subordinada às maquinações de Chávez e adotada pelos seus títeres na Bolívia, Equador, Nicarágua e El Salvador sofria acauteladas preocupações por parte da sociedade hondurenha, que percebeu no mascarado socialismo de ocasião, uma estratégia de domínio de poder.

Daí, a destituição legal de Zelaya em 28 de junho.

Contudo, ao surgirem as verdadeiras circunstâncias do evento, a lavagem cerebral já estava consumada e seus efeitos eram patentes. Ah, sim, os militares não deram um golpe? Cumpriam uma ordem constitucional? Não assumiram o “novo governo”? O desgoverno de esquerda que, literalmente, manda nesta estupefata e amorfa nação, liderou as acusações contra a defenestração de Zelaya.

É uma violência à democracia, bradaram mestre e acólitos a uma só voz.

Quanto às dezenas de anos de Fidel em Cuba, nem uma referência. A “democracia”, como sabemos, sempre foi o apanágio da ilha, transformada numa velha e carcomida senhora, pátria de um povo lançado na mais profunda miséria, e vilipendiada e ultrajada por anos e anos de domínio comunista. Recordemos que somente após o tiranete irmão de Fidel assumir o governo de Cuba (por aquiescência do decrépito e adoentado “líder”), os cubanos tiveram autorização para adquirir celulares, TV, acesso à internet (?), etc.

Ah! Perguntarão os incautos e inocentes, o Raul Castro não foi eleito presidente? Foi nomeado por Fidel? Será por que lá o regime de governo é uma monarquia? Mas como Fidel não era o rei, então, seria ele um tirano?

Incoerência nacional? Indignação presidencial? Vilania do Itamaraty?

Não, se foi sacramentado no Foro de São Paulo, cumpra–se, ou melhor, viva a contradição e a incoerência. E ai dos vencidos.

Oxalá, o novo governo hondurenho resista com galhardia às muitas reverberações e acusações que o “golpe” sofrerá nos próximos dias. Depois, em pouco tempo, será o passado.

Viva Honduras!

E viva nossa política externa, cada dia mais sem rumo e sem credibilidade”.

Fonte: http://www.ternuma.com.br/bsb0938.htm (acesso em 07/07/09, às 14h21m)

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